ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS DAS TÉCNICAS DE MANEJO DE COMPORTAMENTO EM ODONTOPEDIATRIA: UMA REVISÃO NARRATIVA DA LITERATURA

Autores

  • Rafaela Magalhães Sant'anna Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
  • Tatiana Frederico Almeida Universidade Federal da Bahia e Secretaria Municipal de Saúde de Salvador-BA
  • Ricardo Araújo Silva Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
  • Lucililian Viveiros Silva Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.21117/rbol-v7n22020-320

Palavras-chave:

Odontopediatria, Comportamento, Ansiedade, Odontologia legal

Resumo

Introdução: A orientação de comportamento fornecida pelo(a) cirurgião(ã) dentista alivia medo e ansiedade, ajuda a construir uma relação de confiança com a criança promovendo atitude positiva. No Brasil, toda criança tem direito, assegurado pelo ECA, a ser educada sem uso de castigo físico ou tratamentos cruéis ou degradantes. Objetivo: Realizar uma revisão da literatura narrativa sobre técnicas de manejo de comportamento em Odontopediatria, trazendo à luz uma abordagem dos aspectos éticos e legais relacionados ao cuidado e proteção da vida do(a) paciente infantil. Metodologia: Foram utilizados estudos relacionados à temática, em livros e artigos publicados em periódicos científicos, em inglês e português, nas bases de dados eletrônicos:  PubMed/Medline, Scielo, Lilacs e Google Scholar no período de 2000 até 2019. Resultados: Entre todas as técnicas de controle de comportamento infantil, a mais realizada e aceita pelos(as) odontopediatras e responsáveis é a dizer-mostrar-fazer. As outras técnicas, como reforço positivo, distração, modelagem, controle de voz, podem ser usadas em conjunto para melhor conforto e segurança da criança. É necessário que o(a) cirurgião(ã) dentista aprenda a identificar comportamentos de ansiedade e seja capaz de estabelecer uma adequada relação com o(a) paciente infantil de modo a não causar nenhum dano físico ou moral (com consequências éticas e legais). Considerações finais: O conhecimento técnico e científico do manejo do comportamento infantil no atendimento odontológico é fundamental. Além disso, o(a) odontopediatra deve ficar atento(a) aos aspectos legais e éticos deste manejo, em busca do desenvolvimento físico e emocional infantil de modo satisfatório e não prejudicial.

Biografia do Autor

Rafaela Magalhães Sant'anna, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Graduanda em Odontologia pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Tatiana Frederico Almeida, Universidade Federal da Bahia e Secretaria Municipal de Saúde de Salvador-BA

Mestre e Doutora em Saúde Pública, Universidade Federal da Bahia e Secretaria Municipal de Saúde de Salvador-BA

Ricardo Araújo Silva, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Mestre em Deontologia e Odontologia Legal, Doutorando em Saúde Pública, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública

Lucililian Viveiros Silva, Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia

Graduada em Bacharelado Interdisciplinar em Saúde e Graduanda em Odontologia pela Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia

Referências

Penido RS, Toledo OA, Teixeira SRC. Papel do Odontopediatra. In: Massara ML, Rédua PCB. Manual de referências para procedimentos clínicos em Odontopediatria. 2ªed. São Paulo: Editora Santos; 2013. p. 1-8.

Bausells J, Benfatti SV, Cayetano MH. Interação Odontopediátrica - Uma Visão Multidisciplinar. São Paulo: Editora Santos; 2011. p.59-74.

Furtado MD, Thurow LB, Damé JLD, Bighetti TI. Adaptação infantil ao tratamento odontológico: relato de caso. Revista da Faculdade de Odontologia da Universidade Passo Fundo. 2018; 23(2): 211-217. DOI: 10.5335/rfo.v23i2.8059.

Viana Filho JMC, Clementino MA, Lima LCM, Garcia AFG, Carvalho MMP, Ferreira JMS. Anxiety of parents and children in dental care. Revista Gaúcha de Odontologia. 2018; 66(4): 321-329. DOI: 10.1590/1981-863720180004000053483.

Klatchoian DA, Noronha JC, Toledo OA. Adaptação comportamental do paciente odontopediátrico. In: Massara ML, Rédua PCB. Manual de referências para procedimentos clínicos em odontopediatria. 2ª edição. São Paulo: Editora Santos; 2013. p.49-67.

American Academy of Pediatric Dentistry - AAPD. Behavior Guidance for the Pediatric Dental Patient. In: The Reference Manual of Pediatric Dentistry.2015.p. 266-279.

Brasil. Lei nº8.069, de 13 de julho de 1990. Estatuto da Criança e do Adolescente. Diário Oficial da União 16 de jul 1990.

Possobon RF, Carrascoza KC, Moraes ABA, Costa-Junior AL. O tratamento odontológico como gerador de ansiedade. Psicologia em Estudo.2007; 12(3): 609-16. DOI: 10.1590/S1413-73722007000300018.

Navit S, Johri N, Khan SA, Singh RK, Chadha D, Navit P, et al. Effectiveness and Comparison of Various Audio Distraction Aids in Management of Anxious Dental Pediatric Patients. Journal of Clinical and Diagnostic Research. 2015; 9(12): 5-9. DOI: 10.7860/JCDR/2015/15564.6910.

Muhammad S, Shyama M, Al-Mutawa SA. Parental Attitude Toward Behavioral Management Techniques in Dental Practice with Schoolchildren in Kuwait. Med Princ Pract. 2011; 20(4): 350-355. DOI: 10.1159/000323758.

Mello HSA, Pentsagna MB. Ansiedade e medo. Técnicas básicas para controle do comportamento infantil. In: Marsillac MWS. Controle da dor, medo e ansiedade em odontopediatria. 1ª edição. São Paulo: Santos; 2013. p.1-16.

Singh KA, Moraes ABA, Ambrosano GMB. Medo, ansiedade e controle relacionados ao tratamento odontológico. Pesquisa Odontológica Brasileira. 2000; 14(2): 131-136. DOI: 10.1590/S1517-74912000000200007.

Marques KBG, Gradvohl MPB, Maia MCG. Medo e ansiedade prévios à consulta odontológica em crianças do município de Aracajú-CE. RBPS. 2010; 23(4): 359-361. DOI: 10.5020/18061230.2010.p358.

Drugowick RM. Comportamentos do dentista e da criança durante o atendimento odontológico com uso de contenção física. Campinas. [Tese] - Faculdade de Ciências Médicas; 2011.

Barbosa CSA, Toledo OA. Uso de técnicas aversivas de controle de comportamento em odontopediatria. Jornal Brasileiro Odontopediatria & Odontologia do Bebê. 2003; 6(29): 76-82.

Kuhn BR, Allen KD. Expanding child behavior management technology in pediatric dentistry: a behavioral science perspective. Pediatric Dentistry.1994; 16(1): 13-17. PMID:8015936.

Abraão GM, Vieira BHOM. Intervenções não farmacológicas para controle de dor em crianças. In: Marsilac MWS. Controle da dor, medo e ansiedade em odontopediatria. 1ªedição. São Paulo: Editora Santos: 2013. p. 75-80.

Brandenburg OJ, Haydu VB. Contribuições da análise do comportamento em odontopediatria. Psicologia: ciência e profissão. 2009; 29(3): 462-75. DOI: 10.1590/S1414-98932009000300004.

Kawia HM, Mbawalla HS, Kahabuka FK. Application of Behavior Management Techniques for Paediatric Dental Patients by Tanzanian Dental Practitioners. The Open Dentistry Journal. 2015; 9(2): 455–461. DOI: 10.2174/1874210601509010455.

Marsilac MWS. Controle da dor, medo e ansiedade em Odontopedatria. 1ª edição. São Paulo: Editora Santos. 2013. p.121-130.

Bijella MFTB, Peres AS, Bijella MFB, Menezes JVNB, Vieira ALF, Martinhon CCR et.al. A Utilização da Técnica da Mão-Sobrea-Boca (MSB) em Odontopediatria. J. Bras. Odontopediatr. Odontol. Bebê. 2003; 30(6): 163-169.

Wright GZ. Controle psicológico do comportamento de crianças. In: McDonald RE, David RA. Odontopediatria. 2ª edição. Rio de Janeiro. Editora Guanabara. 2001. p.24-36.

Rolim GS, Morais ABA, César J, Costa Junior AL. Análise de comportamentos do odontólogo no contexto de atendimento infantil. Estudo de psicologia. 2004; 9(3): 533-541. DOI: 10.1590/S1413-294X2004000300016.

Campos CC, Machado GCM, Gonçalves IMF, Amorim LFG, Vieira LAC, Costa LRRS. Clínica odontológica infantil: passo a passo. Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. 2010; 1(1): 7-12.

Paryab M, Afshar H, Mohammadi R. Informing Parents about the Pharmacological and Invasive Behavior Management Techniques Used in Pediatric Dentistry. Journal of Dental Research, Dental Clinics, Dental Prospects. 2014; 8(2): 95-100. doi: 10.5681/joddd.2014.017.

BRASIL.Decreto-lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940.Código Penal. Dispões sobre lesão corporal Brasília. Lei nº 2.848. Brasília 1996. Diário Oficial da União 31 de dez de 1940.

CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA-CFO. Resolução nº. 118, de 11 de maio de 2012. Código de ética odontológica. Diário Oficial da União 14 de jun de 2012; Secção I.

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado; 1988.

BRASIL. Lei nº 9. 455, de 7 de abril de 1997. Código de Processo Penal. 08 de mar de 1997 (p. 6742, col. 1) Brasília-DF; 1997.

World Health Organization – WHO. International Society for Prevention of Child Abuse and Neglect. Preventing child maltreatment: a guide to taking action and generating evidence. Switzerland, 2007.

Doganer YC, Aydogan U, Yesil HU, Rohrer JE, Williams MD, Agerter DC. Does the trait anxiety affect the dental fear?. Brazilian Oral Research. 2017; 31(1). DOI: 10.1590/1807-3107bor-2017.vol31.0036.

Elango L, Baweja DK, Shivaprakash PK. Parental acceptance of pediatric behavior management techniques: A comparative study. Journal of Indian Society Pedodontics and Preventive Dentistry. 2012; 30(3): 195-200. DOI: 10.4103/0970-4388.105010.

Antunes DE, Viana KA, Costa PS, Costa LR. Moderate sedation helps improve future behavior in pediatric dental patients a prospective study. Brazilian Oral Research. 2016; 30(1). DOI: 10.1590/1807-3107BOR-2016.vol30.0107.

Venkataraghavan K, Shah J, Kaur M, Trivedi K, Shah S, Virda M. Pro-Activeness of Parents in Accepting Behavior Management Techniques: A Cross-Sectional Evaluative Study. Journal of Clinical and Diagnostic Research. 2016; 10(7): 46–49. DOI: 10.7860/JCDR/2016/18378.8162.

Pani SC, Al Anazi GS, Al Baragash A, Al Mosaihel M. Objective assessment of the influence of the parental presence on the fear and behavior of anxious children during their first restorative dental visit. Journal of International Society of Preventive & Community Dentistry. 2016; 6(2): 148–152. DOI: 10.4103/2231-0762.189750.

Lopes Junior C, Carvalho SPM, Silva RHA, Peres AS. Técnica da mão-sobre-a-boca em odontologia: implicações jurídicas e reflexões bioéticas. Arquivo Ciência Saúde. 2005; 12(2): 97-101.

Downloads

Publicado

2020-09-01

Edição

Seção

Revisão de Literatura