DIMORFISMO SEXUAL POR MEIO DA ANÁLISE FORENSE DA MASSA DE MANDÍBULAS EDÊNTULAS DE INDIVÍDUOS BRASILEIROS

Autores

  • Stéfany de Lima Gomes Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/Unicamop
  • Ricardo Prado Grion Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/Unicamp
  • Paulo Roberto Neves Faculdade de Odontologia de Piracicaba -FOP/UNICAMP
  • João Sarmento Pereira Neto Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/Unicamp
  • Eduardo Daruge Junior Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/Unicamp
  • Luiz Francesquini Junior Faculdade de Odontologia de Piracicaba

DOI:

https://doi.org/10.21117/rbol-v7n22020-289

Palavras-chave:

Odontologia Legal, Dimorfismo Sexual, Crânio, Peso Corporal., mandíbula

Resumo

Introdução: Estudos para identificação humana baseados na antropologia visam estimar o sexo, a ancestralidade, a idade e a estatura.  Dentre as características passíveis de avaliação o sexo é a que apresenta maior relevância. Objetivos: O estudo buscou verificar se o dimorfismo sexual é apontado quando se analisa a massa de mandíbulas edêntulas secas, bem como a viabilidade da construção de um modelo de regressão logística para a estimativa do sexo. Metodologia: No presente estudo observacional transversal, foram analisadas e pesadas 173 mandíbulas edêntulas provenientes de Biobanco, separadamente, com a utilização de balança digital semi-analítica. Para a calibração dos pesquisadores houve a aplicação de análise de correlação intra-classe e intra-examinador segundo Szklo e Nieto (2014). A balança utilizada, da marca Welmy modelo W3, passa por manutenção técnica na própria instituição, garantindo assim, sua precisão de pesagem. Resultados: Na avaliação da massa das mandíbulas edêntulas se mostraram dimórficas, havendo diferenças desta entre masculinas e femininas, sendo significativamente dimórficas. Também foi possível construir dois modelos de regressão logística, sendo um para a estimativa do sexo Logito = 0.454 + 0.633*Idade+ (-0.770*Mandíbula edêntula) e um para a estimativa da ancestralidade (branco e não branco) Logito = -1.776 + 0.392*Mandíbula edêntula. Conclusão: O modelo de regressão logística para estimativa do sexo obtido apresenta acurácia de 71,2%, podendo ser utilizado como método auxiliar na estimativa do sexo. Já o modelo de regressão logística para estimativa da ancestralidade obtido, apresenta acurácia de 62,7%, permitindo o seu uso como método auxiliar na estimativa da ancestralidade em brasileiros.

Biografia do Autor

Stéfany de Lima Gomes, Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/Unicamop

Mestranda Biologia Buco-Dental na Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP (FOP/UNICAMP), Piracicaba, São Paulo, Brasil.

Ricardo Prado Grion, Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/Unicamp

Mestrando Biologia Buco-Dental na Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP (FOP/UNICAMP), Piracicaba, São Paulo, Brasil

Paulo Roberto Neves, Faculdade de Odontologia de Piracicaba -FOP/UNICAMP

Mestrando Biologia Buco-Dental na Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP (FOP/UNICAMP), Piracicaba, São Paulo, Brasil.

João Sarmento Pereira Neto, Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/Unicamp

Professor Associado de Ortodontia na Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP (FOP/UNICAMP).

Eduardo Daruge Junior, Faculdade de Odontologia de Piracicaba - FOP/Unicamp

Professor Associado de Odontologia Legal e Deontologia Livre Docente na Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP (FOP/UNICAMP), Piracicaba, São Paulo, Brasil

Luiz Francesquini Junior, Faculdade de Odontologia de Piracicaba

Professor Associado de Odontologia Legal na Faculdade de Odontologia de Piracicaba-UNICAMP (FOP/UNICAMP), Piracicaba, São Paulo, Brasil.

Referências

Germano V, Ulbricht V., Schmidt CM, Groppo FC, Daruge Júnior E, Francesquini Júnior L. Dimorfismo sexual da vértebra áxis em uma coleção osteológica brasileira. Rev Bras Odontol Leg RBOL. 2019; 6(1):21-29. http://dx.doi.org/10.21117/rbol.v6i1.219

Tambawala SS, Karjodkar FR, Sansare K, Prakash N, Dora AC. Sexual dimorphism of foramen magnum using Cone Beam Computed Tomography. Journal of forensic and legal medicine. 2016; 44:29-34. https://doi.org/10.1016/j.jflm.2016.08.005

Vanrell JP. Odontologia Legal E Antropologia Forense. São Paulo: São Paulo; 2016.

Daruge E, Daruge Junior E, Francesquini Junior L. Tratado de odontologia legal e deontologia. São Paulo: São Paulo; 2019.

INTERPOL. Disaster victim identification guide. Lyon: Interpol; 2018

Moretto M, Francisco RA, da Costa Junior ML, Evison MP, Guimarães MA. Avaliação da eficiência e eficácia da antropometria do triângulo do processo mastoide na estimativa do sexo em crânios brasileiros. Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics. 2016; 5(3):265-285. http://dx.doi.org/10.17063/bjfs5(3)y2016265

Mânica S. Outros desafios além da identificação de vítimas para o dentista forense que atua em desastres em massa–considerações em literatura. Rev Bras Odontol Leg RBOL. 2016; 3(1):60-69. http://dx.doi.org/10.21117/rbol.v3i1.53

Çelbiş O, İşcan MY, Soysal Z, Çaǧdir S. Sexual diagnosis of the glabellar region. Legal medicine. 2001; 3(3):162-170. https://doi.org/10.1016/S1344-6223(01)00025-6

Peckmann TR, Orr K, Meek S, Manolis SK. Sex determination from the calcaneus in a 20th century Greek population using discriminant function analysis. Science & Justice. 2015; 55(6):377-382. https://doi.org/10.1016/j.scijus.2015.04.009

Ramamoorthy B, Pai MM, Prabhu LV, Muralimanju B.V, Rai R. Assessment of craniometric traits in South Indian dry skulls for sex determination. Journal of forensic and legal medicine. 2016; 37: 8-14. https://doi.org/10.1016/j.jflm.2015.10.001

González-Colmenares G, Medina CS, Rojas-Sánchez MP, León K, Malpud A. Sex estimation from skull base radiographs in a contemporary Colombian population. Journal of forensic and legal medicine. 2019; 62:77-81. https://doi.org/10.1016/j.jflm.2019.01.006

Musilová B, Dupej J, Velemínská J, Chaumoitre K, Bruzek J. Exocranial surfaces for sex assessment of the human cranium. Forensic science international. 2016; 269: 70-77. https://doi.org/10.1016/j.forsciint.2016.11.006

Ferraz RRN, Cruz JB, da Costa AG, Rodrigues FSM, Errante PR. Provável classificação por gênero e estimativa da etnia de mandíbulas humanas isoladas. UNILUS Ensino e Pesquisa. 2015; 12(26):31-35.

Silva MVVDM, Nascimento BVDS, Brito GC, De Almeida Júnior E. Utilização do Comprimento Total, Diâmetro da Circunferência Articular e Peso Total do Rádio para Predição de Sexo. Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics. 2018; 8(1):36-42. http://dx.doi.org/10.17063/bjfs8(1)y201836

Sanabria-Medina C, Gonzalez-Colmenares G, Restrepo HO, Rodríguez JM G. A contemporary Colombian skeletal reference collection: A resource for the development of population specific standards. Forensic science international. 2016; 266(4). https://doi.org/10.1016/j.forsciint.2016.06.020

Baker PT, Newman RW. The use of bone weight for human identification. American Journal of Physical Anthropology. 1957; 15(4):601-618. https://doi.org/10.1002/ajpa.1330150410

Szklo M, Nieto FJ. Epidemiology: beyond the basics. Jones & Bartlett Publishers. Burlington: Massachusetts; 2014.

Coma JMR. Antropologia Forense. Ministério da Justiça. Madrid: Centro de publicaciones; 1999.

Moore MK, Schaefer E. A comprehensive regression tree to estimate body weight from the skeleton. Journal of Forensic Sciences. 2011; 56(5):1115-1122. https://doi.org/10.1111/j.1556-4029.2011.01819.x

Agostini GM, Ross AH. The effect of weight on the femur: a cross‐sectional analysis. Journal of forensic sciences. 2011; 56(2):339-343. https://doi.org/10.1111/j.1556-4029.2010.01648.x

de Oliveira Gamba T, Alves MC, Haiter-Neto F. Mandibular sexual dimorphism analysis in CBCT scans. Journal of forensic and legal medicine. 2016; 38:106-110. https://doi.org/10.1016/j.jflm.2015.11.024

Ishigame RTP, Picapedra A, Sassi C, Ulbricht V, Pecorari VGA, Haiter Neto F, Francesquini Júnior L. Sexual dimorphism of mandibular measures from computed tomographies. RGO-Revista Gaúcha de Odontologia. 2019; 67. http://dx.doi.org/10.1590/1981-86372019000073579

Mendonça H, Schmidt CM, Ulbricht V, Gomes SL, Pereira Neto JS, França D QDF, Francesquini Junior L.. Determinations of Cranial Dimorphism in Sagittal Section in CT Scans. Brazilian Journal of Forensic Sciences, Medical Law and Bioethics. 2019; 8(4):213-225. http://dx.doi.org/10.17063/bjfs8(4)y2019213

Ulbricht V, Schmidt CM, Groppo FC, Júnior ED, de Paula Queluz D, Júnior LF. Sex estimation in brazilian sample: qualitative or quantitative methodology?. Brazilian Journal of Oral Sciences. 2019; 16:1-9. https://doi.org/10.20396/bjos. v16i1, 8650495

De Boer HH, Van der Merwe AL, Soerdjbalie-Maikoe VV. Human cranial vault thickness in a contemporary sample of 1097 autopsy cases: relation to body weight, stature, age, sex and ancestry. International journal of legal medicine. 2016; 130(5):1371-1377. https://doi.org/10.1007/s00414-016-1324-5

Chen Z, Maricic M, Pettinger M, Ritenbaugh C, Lopez AM, Barad DH, Bassford TL. Osteoporosis and rate of bone loss among postmenopausal survivors of breast cancer: Results from a subgroup in the Women's Health Initiative Observational Study. Cancer. 2005; 104(7):1520-1530. https://doi.org/10.1002/cncr.21335

Peppone LJ, Mustian KM, Rosier RN, Carroll JK, Purnell JQ, Janelsins MC, Mohile SG. Bone health issues in breast cancer survivors: a Medicare Current Beneficiary Survey (MCBS) study. Supportive Care in Cancer. 2014; 22(1): 245-251. https://doi.org/10.1007/s00520-013-1967-4

Silva L. Identificação Médico Legal pelo exame dos dentes. São Paulo: Santos; 1992.

Silva M. Compêndio de Odontologia Legal São Paulo:Medsi 1997.

Couto DMS, Gallassi NCD, Gomes SL, Ulbricht V, Pereira Neto JS, Daruge Junior E, Francesquini Junior L. Brazilian's dental anthropometry: Human identification. Journal of Forensic Dental Sciences. 2019; 11(2): 73–77. doi: 10.4103/jfo.jfds_65_19.

Downloads

Publicado

2020-09-01

Edição

Seção

Artigo original