MEDIDAS DE CRÂNIOS, MANDÍBULAS E ATLAS PARA ESTUDO DA ESTIMATIVA DE SEXO E AFINIDADE POPULACIONAL EM UMA POPULAÇÃO DO SUDESTE BRASILEIRO

Abstract

A verificação do dimorfismo sexual e afinidade populacional é uma das preocupações na antropologia forense, sendo que estudos de novos métodos são importantes para aumentar a segurança na identificação. O objetivo deste trabalho foi verificar o dimorfismo sexual e a afinidade populacional (estimativa do perfil biológico), por meio de medidas de crânios, mandíbulas e atlas de esqueletos de um Biobanco Osteológico e Tomográfico. Trata-se de um estudo observacional, analítico e transversal, realizado em medidas lineares obtidas com paquímetro digital, avaliando 259 crânios, mandíbulas e atlas sendo 146 do sexo masculino e 113 do sexo feminino, 152 indivíduos tinham afinidade populacional europeia e 107 tinham afinidade populacional não europeia (população indígena e africana). A regressão logística pelo método Stepwise-Forward foi obtida para sexo e afinidade populacional e todas as medidas mostraram-se dimórficas. Estabeleceu-se o modelo matemático: Logito = [−23,7 + (0,18 × medida anteroposterior da vértebra) - (0,08 × diâmetro transversal do canal raquidiano) + (0,25 × diâmetro transversal máximo], resultando em sensibilidade de 84,9%, especificidade de 69% e acurácia de 78,5%, mostrando-se portanto, eficaz na predição do sexo e também para a afinidade populacional com o Logito = [−2.678 + 0,80 × medida entre ponto zigomático esquerdo e direito + (−0,178 × diâmetro transversal do canal raquidiano) o qual alcançou o seguinte resultado: sensibilidade de 83,5%, especificidade de 32% e acurácia de 62,9%. Foi possível concluir que as medidas de crânios, mandíbulas e atlas estudadas mostram-se eficazes como métodos auxiliares na identificação humana e foi possível construir modelos de regressão logística para estimar sexo e afinidade populacional.