ADOLESCENTES VÍTIMAS DE HOMICÍDIOS EM JOÃO PESSOA: ESTUDO DESCRITIVO.

Autores

  • Mara Ilka Holanda de Medeiros Batista
  • Yasmin Caldas de Macêdo Abrantes Rodrigues de Oliveira UFPB
  • Irene Ferreira Dias
  • Marcília Ribeiro Paulino
  • Patrícia Moreira Rabello
  • Maria do Socorro Dantas de Araujo

DOI:

https://doi.org/10.21117/rbol-v8n22021-356

Palavras-chave:

Violência. Homicídios. Odontologia Legal.

Resumo

A violência tem relação direta com a forma como a sociedade se organiza, constrói seus valores, normas de conduta, assim como distribui seus bens e serviços. Sendo assim, a violência, enquanto fenômeno social está enraizada pelas estruturas sociais, econômicas, culturais e políticas e é representada pelas ações de indivíduos ou grupos, podendo causar danos irreversíveis. Tendo em vista o impacto negativo causado à sociedade, o objetivo desse estudo foi analisar os laudos cadavéricos de adolescentes examinados no núcleo de medicina e odontologia legal da cidade de João Pessoa-Paraíba, nos anos de 2014 e 2015. Essa pesquisa caracterizou-se por ser exploratória, descritiva, documental com abordagem quantitativa. Foram analisados 109 laudos tanatoscópicos nos quais foi destacado o sexo, faixa etária, cor, ocupação da vítima, instrumento causador da lesão, local da ocorrência, distribuição topográfica da face, tipo de lesões, e causa da morte. Constatou-se um decréscimo no número de vítimas entre 2014 e 2015 e os resultados revelaram maior frequência do gênero masculino, com uma predominância na faixa etária entre 15 e 17 anos. A taxa de homicídios de pardos foi quase total neste estudo; a ocupação das vítimas com 55,6% em 2014 e 45,7% em 2015 não foi mencionada nos laudos e a de estudante apareceu em 25,4% em 2014 e em 2015 23,9% eram desempregados. Quanto aos tipos de lesões, as entradas por projétil de arma de fogo resultaram em 93,6% em 2014 e 86,9% em 2015 das ocorrências; as maiores incidências das lesões ocorreram nas regiões nasal e frontal. Os instrumentos ou meios utilizados para a prática de lesões mais prevalentes foram os perfurocontudentes, na grande maioria dos casos. Local das ocorrências: ruas, avenidas e estradas em 92% dos casos e em 100% dos casos de 2015. Verificou-se que o ferimento penetrante no tórax/abdome e o ferimento penetrante na cabeça foram os mais acometidos como causa jurídica da morte. Os dados revelam a situação crítica em que vivem os jovens nordestinos, os quais se encontram em situação de vulnerabilidade social, susceptíveis a todos os tipos de violência, especialmente aqueles praticados com arma de fogo.

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Publicado

2021-09-27

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Artigo original