PSICONEURODONTOLOGIA, (BIO)DECODIFICAÇÃO DENTAL E OS MIL E UM NOMES PARA O CHARLATANISMO ODONTOLÓGICO NO SÉCULO XXI: UMA REVISÃO DE ESCOPO
DOI:
https://doi.org/10.21117/rbol-v10n22023-510Palavras-chave:
Psiconeurodontologia, Decodificação, Biodecodificação, Odontologia, Odontologia LegalResumo
Junto às tecnologias que surgem para aprimorar a Odontologia mundial, emergem temáticas que progressivamente prosperam no obscuro e na incerteza. Tais “áreas odontológicas” se caracterizam por uma roupagem prolixa e de alto apelo público (como por meio de inferências sobre o emocional e os mistérios do corpo humano). Em tempos de disseminação da psiconeurodontologia e (bio)decodificação dental, assim como da incerteza acerca de sua confiabilidade, faz-se imperativa a busca pela fundamentação científica que sustenta esta temática. Para isto, foi realizada uma revisão de escopo seguindo as recomendações do PRISMA-ScR e JBI. Uma ampla busca foi realizada em cinco bases de dados e em parte da literatura cinza. Não houve restrição quanto ao ano de publicação e nem quanto ao idioma. Os dados foram coletados e expostos na forma narrativa/descritiva. De maneira complementar, utilizou-se a ferramenta JBI para avaliação da qualidade metodológica. A busca resultou em 4.785 registros iniciais, dos quais somente dois foram classificados como elegíveis. Ambos os estudos foram detectados a partir da literatura cinzenta e consistiam em trabalhos peruanos de conclusão de curso em nível de graduação (Bacharelado) em Odontologia. Os trabalhos aferiam a ocorrência de lesão de cárie em quadrantes de dentes permanentes e decíduos e correlacionavam com um questionário psicoemocional. Os dois trabalhos concluíram em prol da aplicação da psiconeurodontologia e da (bio)decodificação dental como ferramentas adicionais ao armamentário diagnóstico do Cirurgião-dentista. Detectou-se alto risco de viés, em especial acerca das limitações metodológicas dos estudos elegíveis. Tendo em vista os métodos e resultados observados nos estudos elegíveis, pode-se concluir que não há fundamentação científica na psiconeurodontologia ou na (bio)decodificação dental, muito menos validade e confiabilidade para a sua aplicação na prática clínica odontológica atual
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