VERIFICAÇÃO DO TEMPO DE PERCEPÇÃO DA UNICIDADE EM MARCAS DE MORDIDAS E SUA APLICAÇÃO FORENSE: ESTUDO PILOTO

Autores

  • André Alex Baldissera Departamento de Odontologia Legal, Associação Brasileira de Odontologia Seção Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil
  • Karina das Chagas Departamento de Odontologia Legal, Associação Brasileira de Odontologia Seção Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil
  • Alexandre Conde Departamento de Odontologia Legal, Associação Brasileira de Odontologia Seção Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil
  • Jamilly de Oliveira Musse Departamento de Odontologia Legal, Associação Brasileira de Odontologia Seção Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil
  • Beatriz Álvares Cabral de Barros Departamento de Odontologia Legal, Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina, Brasil
  • Mario Marques Fernandes Departamento de Odontologia Legal, Associação Brasileira de Odontologia Seção Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.21117/rbol.v6i3.254

Palavras-chave:

Odontologia legal, Força de mordida, Violência, Prova pericial, Fotografia dentária

Resumo

Introdução: As marcas de mordida são lesões que contribuem para a identificação de agressores, vítimas e criminosos, possuindo valor probatório em processos judiciais por apresentarem características peculiares de cada indivíduo, embora não apresentem imutabilidade e perenidade, salvo quando registradas fotograficamente. Objetivo: Verificar o potencial de autoimagens de marcas de mordida a partir de aparelhos celulares, tanto para identificação de agressores, bem como estimar o respectivo tempo de percepção da unicidade. Metodologia: A pesquisa consistiu na participação de 6 (seis) voluntários, sendo definido por sorteio que um destes seria a suposta vítima e outro o agressor. Após sorteio, o agressor desferiria uma mordida na porção medial do antebraço esquerdo da vítima. Foram feitas fotografias desta mordida com a câmera do celular e registrados os tempos com intervalos de 5 minutos até 40 minutos. Após esta etapa, foram realizadas fotografias dos arcos dentais superiores e inferiores dos 5 (cinco) suspeitos. O confronto dessas imagens com a autoimagem do agredido foi feito por comparação direta e sobreposição, utilizando um software livre. Resultados: Após a comparação dos arcos dentais dos suspeitos com as lesões, foi possível identificar o agressor. Conclusão: No presente estudo piloto, observou-se que as imagens fotográficas feitas até quinze minutos após a mordida mostraram características anatômicas suficientes para realizar o confronto e identificar o ofensor. Passados 20 minutos da agressão, não mais havia características lesivas na pele que embasassem o requisito da unicidade.

Biografia do Autor

André Alex Baldissera, Departamento de Odontologia Legal, Associação Brasileira de Odontologia Seção Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul, Brasil

André A. Baldissera é especialista em ortodontia pela Universidade Cruzeiro do Sul - Unicsul, especialista em odontologia legal pela Associação Brasileira de Odontologia.

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Publicado

2019-12-24

Edição

Seção

Artigo original