ANÁLISE DE LESÕES OROFACIAIS REGISTRADAS NO INSTITUTO MÉDICO-LEGAL DE SÃO LUÍS (MA), NO PERÍODO DE 2011-2013

Autores

  • Magda Lyce Rodrigues Campos
  • José Ferreira Costa
  • Salen Marchesi de Almeida
  • Fábio Delwing
  • Frederico Mamede Santos Furtado
  • Laíse Nascimento Correia Lima

DOI:

https://doi.org/10.21117/rbol.v3i2.3

Palavras-chave:

Odontologia Legal, traumatismos faciais, prova pericial

Resumo

Introdução: Os traumas são causas comuns de morbidades e mortalidade da população mundial. Um dos mais prevalentes é o bucomaxilofacial, pois a face é uma região muito exposta e pouco protegida. Traumas faciais podem resultar em lesões de tecidos moles e fraturas ósseas, causando graves complicações e até danos irreversíveis, e seu autor deve ser enquadrado corretamente segundo a legislação brasileira. Objetivo: Analisar o perfil das vítimas, as causas, as características das lesões orofaciais, bem como o profissional responsável pela perícia e a classificação da lesão de acordo com o artigo 129 do Código Penal Brasileiro. Método: Foram analisados laudos emitidos por médicos e odontolegistas do Instituto Médico Legal da cidade de São Luís (MA), no ano de 2011 à 2013 de vítimas acometidas por lesões orofaciais. Resultados: Os resultados demonstraram que o sexo masculino foi o mais atingido (55,4%), a faixa etária mais envolvida foi 20-29 anos (40,3%), a etiologia principal foi agressão física (73,4%), a lesão mais frequente foi escoriação (25,3%) e a região mais acometida da face foi a orbitária (26%). O profissional que mais emitiu laudos foi o médico-legista (90,8%). Das lesões orofaciais qualificadas (39,8%), 23,0% resultaram em debilidade da função mastigatória, 4,5% em debilidade da função mastigatória e estética e 22,3% em deformidade permanente. Conclusão: Conclui-se que é grande o número de lesões orofaciais registradas no IML de São Luís e que essas lesões foram avaliadas mais criteriosamente pelo odontolegista, ressaltando-se, com isso, a fundamental atuação desse profissional nas perícias dessa natureza.

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Publicado

2016-07-03

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Seção

Artigo original