ANÁLISE DAS SENTENÇAS JUDICIAIS ENVOLVENDO DEFORMIDADES PERMANENTES EM CABEÇA E PESCOÇO NA JURISPRUDÊNCIA DOS TRIBUNAIS DA REGIÃO SUL DO BRASIL

Autores

  • Raquel Porto Alegre Valente Aluna do curso de Odontologia, Universidade Federal do Paraná, Paraná
  • Ademir Franco Departamento de Estomatologia, Universidade Federal do Paraná, Paraná
  • Rhonan Ferreira Silva Departamento de Odontologia, Universidade Federal de Goiás, Goiás
  • Beatriz Helena Sottile França Departamento de Medicina Forense e Psiquiatria, Universidade Federal do Paraná, Paraná

DOI:

https://doi.org/10.21117/rbol.v5i2.178

Palavras-chave:

Odontologia legal, Ferimentos e lesões, Jurisprudência, Direito penal.

Resumo

O exame pericial das deformidades permanentes em região de cabeça e pescoço figura entre as atividades profissionais do odontolegista. Entender o panorama atual da prevalência destas deformidades emerge como fator relevante para salientar a importância do odontolegista frente aos serviços de perícia oficial no Brasil. O presente estudo objetivou o levantamento da jurisprudência dos Tribunais da Região Sul do Brasil quanto ao acometimento de lesões envolvendo deformidade permanente em cabeça e pescoço. A amostra consistiu de 289 acórdãos coletados sistematicamente nos estados do Paraná (n=42), Santa Catarina (n=43) e Rio Grande do Sul (n=204) entre os anos de 2007 e 2017. Homens figuraram como mais prevalentes entre agressores e vítimas. A maioria das lesões acometeu a face dos envolvidos e em 45 casos, os dentes – sendo os anterossuperiores os mais afetados. Instrumentos contundentes, cortocontundentes e cortantes foram os mais prevalentes dentre os utilizados. O Cirurgião-dentista deve atentar para sua potencial ação frente aos serviços de perícia oficial, em especial para com a perícia de deformidades permanentes em região de cabeça e pescoço.

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Publicado

2018-08-01

Edição

Seção

Artigo original